quarta-feira, 16 de março de 2011
Eu olhava esse menino,
com um prazer de companhia, como nunca por ninguém eu não tinha sentido. Achava que ele era muito diferente, gostei daquelas finas feições, a voz mesma, muito leve, muito aprazível. Porque ele falava sem mudança, nem intenção, sem sobêjo de esforço, fazia de conversar uma conversinha adulta e antiga. Fui recebendo em mim um desejo que ele não fosse mais embora, mas ficasse, sobre as horas, e assim como estava sendo, sem parolagem miúda, sem brincadeira— só meu companheiro amigo desconhecido. […] Mas eu aguentei o aque do olhar dele. Aqueles olhos então foram ficando bons, retomando brilho. E o menino pôs a mão na minha. Encostava e ficava fazendo parte melhor da minha pele, no profundo, desse as minhas carnes alguma coisa.
João Guimarães Rosa.
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olá, adoro seu blog, venho todo dia, uma delícia =]
ResponderExcluiresse trecho é de que livro?
Pri, adorei esse trecho do Guimarães Rosa, confesso que cheguei a me arrepiar, mas confesso também que sinto saudades dos teus próprios pensamentos...Espero ansiosamente pelas suas próprias palavras...Um beijão do amigo de conversas chatas!!!
ResponderExcluirOi, Paloma :))))
ResponderExcluirooown, que bom que gosta, fico muuuito feliz por isso *-*
ah e esse trecho, se eu não estou enganada, é do livro - Grande Sertão: Veredas.
muah :*