sábado, 26 de março de 2011


Gostaria de ter vindo antes, desculpem meu atraso. Após 7 meses desde a último texto( não sei o porquê de eu ter demorado tanto) estou aqui depois de alguns pedidos. :)
Há alguns dias terminei de ler um livro - A Sombra do Vento. E um trecho em si me chamou atenção, dentre tantos, e gostaria de compartilhá-lo.
'Aprendi desde pequeno a conciliar o sono conversando com a minha mãe na penumbra do quarto sobre os acontecimentos do dia, o que fizera no colégio e o que tinha aprendido naquele dia. Não podia ouvir a sua voz ou sentir o seu tato mas a luz e o seu calo inflamavam cada canto daquela casa e eu, com aquela fé dos que ainda podem contar os anos nas mãos, achava que se fechasse os meus olhos e falasse com ela, ela poderia me escutar onde quer que estivesse . As vezes meu pai escutava da sala de jantar e chorava baixinho. pag.7

Só quem já perdeu pode sequer imaginar a dor e a falta que uma mãe faz. Eu, graças a Deus, não espero saber tão cedo o que deve ser essa dor asfixiante.
Ok, e porque fazer um texto sobre mães se poderia estar falando sobre tantos outros assuntos? Passo praticamente a semana toda sem ver a minha mãe e a saudade as vezes bate, bate, e porque esperar até seu aniversário ou dia das mães para dizer o quanto ela é importante e a tamanha admiração que sinto?
Hoje acho que tudo o que disser será pouco, ou melhor será a mais para refletir a importância da mãe. Não sei se será unânime, mas confesso que pelo que tenho de experiência na vida, ela é aquela pessoa especial que sempre esteve e estará lá.
Não foram só nove meses, não foi só aquela pessoa que esteve conosco mesmo na barriga, que nos alimentou desde bebês, é aquela a quem nós nos viramos à procura de colo, de apoio, a quem gritamos na aflição,enfim, que dizer, é a mãe.
Quando foi a última vez que você disse eu te amo para sua mãe e também para seu pai, deu um abraço de urso e agradeceu por alguma coisa? Sem lições de moral, longe disso, só estava refletindo um pouco ao escrever este texto. No tempo do colégio, lembro de uma ocasião que fomos ao asilo, era páscoa,levamos um cesta enooooooooorme, cheia de coisinhas boas *-* não lembro ao certo mas acho que eram entre dez pessoas. Jogamos cartas, conversamos, ouvimos tantas histórias. A maioria estava lá a mando dos filhos que os achavam um empedimento,um atraso em suas vidas, justo eles que os geraram, alimentaram, deram amor, educaram, protegeram, se dedicaram para verem seus filhos felizes mas qual a sua recompensam no fim da vida? - a rejeição.
Dava pra sentir aquela tristeza estampada em seus rostos mas que voltam a vida com as pouquíssimas visitas que recebem.
Há tantas coisas para serem pensadas, repensadas, não é? Se essa situação dos pais idosos já é revoltante, o que dirá daqueles filhos que matam os pais ? para ficar com seus bens, o seguro de vida, aposentadoria?
O que há de errado neste mundo? o que leva essas pessoas a tirar a vida de alguém que não espera nada em troca, que tem um amor que só quer amar, proteger, cuidar..
aquela pessoa que ao ver que só ficam quatro bocados de bolo de chocolate tendo cinco pessoas à mesa, é a primeira a dizer que nunca gostou de chocolate. Que seu coração é um abismo profundo em cujo fundo tu sempre encontra perdão.
incompreensivel.

Quantos de vocês já pararam para pesar na letra da música do Legião Urbana- Pais e Filhos ?
'Você me diz que seus pais não entendem
Mas você não entende seus pais…'

É tão comum para nós, filhos, estarmos sempre inconformados com as ações dos pais, dizermos que eles nunca nos entendem. Mas quantas vezes nós, filhos, tentamos entendê-los? Olhar as coisas pelo ponto de vista deles?

'Você culpa seus pais por tudo. Isso é absurdo!'

Falamos dos erros dele como se eles fossem culpados, como se tivessem cometido crimes e como se não cometessemos erros também.

São crianças como você.
O que você vai ser
Quando você crescer?”

Mas, pare para pensar. Eles são tão crianças como você na arte de ser pais.
Assim como vocês nunca foram adolescentes antes, eles também nunca foram seus pais enquanto adolescentes antes, também.

O que você vai ser quando você crescer e tiver filhos adolescentes, também?

Meu deus :O
o texto ficou um pouco mais longo do que eu imaginava hahah
mas acho que ficou decente :))
ah e prometo vir mais vezes e não a cada sete meses ;p
e para terminar um simples: mãe, eu te amo e obrigada por tuuuuuuuudo, minha lindona (L)

Eu quero te ver com saúde e sempre de bom humor e de boa vontade. Um Beijo :*

terça-feira, 22 de março de 2011

da beleza verdadeira, recebe asas e deseja voar para o alto,


não o podendo, porém, volta seu olhar para o céu esquecendo os negócios terrenos e dando desse modo a saber que está delirante. De todos os entusiasmos estes é o melhor e mais pura origem; saudável para quem o possui e dele participa. Quem delira assim, ama o que é belo e chama- se amante.

Platão.

Entre aquele quando e aquele depois,


não havia nada mais na minha cabeça nem na minha vida além do espaço em branco deixado pela ausência, embora eu pudesse preenchê-lo - esse espaço branco - de muitas formas, tantas quantas quisesse, com palavras ou ações. Ou não-palavras e não-ações, porque o silêncio e a imobilidade foram dois dos jeitos menos dolorosos que encontrei, naquele tempo, para ocupar meus dias.

Caio F.

quarta-feira, 16 de março de 2011

Eu olhava esse menino,


com um prazer de companhia, como nunca por ninguém eu não tinha sentido. Achava que ele era muito diferente, gostei daquelas finas feições, a voz mesma, muito leve, muito aprazível. Porque ele falava sem mudança, nem intenção, sem sobêjo de esforço, fazia de conversar uma conversinha adulta e antiga. Fui recebendo em mim um desejo que ele não fosse mais embora, mas ficasse, sobre as horas, e assim como estava sendo, sem parolagem miúda, sem brincadeira— só meu companheiro amigo desconhecido. […] Mas eu aguentei o aque do olhar dele. Aqueles olhos então foram ficando bons, retomando brilho. E o menino pôs a mão na minha. Encostava e ficava fazendo parte melhor da minha pele, no profundo, desse as minhas carnes alguma coisa.

João Guimarães Rosa.

terça-feira, 8 de março de 2011

Ela é estranha.


Tem olhos hipnóticos. E a gente sente que ela não espera mais nada de nada nem de ninguém, que está absolutamente sozinha e numa altura tal que ninguém jamais conseguiria alcançá-la.

Caio F.

domingo, 6 de março de 2011

Dizem que a gente tem o que precisa. Não o que a gente quer. Tudo bem.


Eu não preciso de muito. Eu não quero muito. Eu quero mais. Mais paz.Mais saúde.Mais dinheiro. Mais poesia. Mais verdade. Mais harmonia. Mais noites bem dormidas. Mais noites em claro. Mais eu. Mais você.Mais sorrisos, beijos e aquela rima grudada na boca. Eu quero nós. Mais nós.(...) Nós que não atam nem desatam. Eu quero pouco e quero mais. Quero você. Quero eu. Quero domingos de manhã. Quero cama desarrumada,lençol, café e travesseiro. Quero seu beijo. Quero seu cheiro. Quero aquele olhar que não cansa, o desejo que escorre pela boca e o minuto no segundo
seguinte: nada é muito quando é demais.

Caio F.

Por sugestão de Fernanda :)))
http://utopiasvoluptuosas.blogspot.com/

quinta-feira, 3 de março de 2011

Mas é Carnaval!


Não me diga mais quem é você; Amanhã tudo volta ao normal; Deixa a festa acabar, deixa o barco correr.

Chico Buarque.