quinta-feira, 4 de março de 2010

você não passa de um menino bobo :)


O cheiro dele era tão bom nas mãos dela quando ela ia deitar, sem ele. O cheiro dela era tão bom nas mãos dele quando ele ia deitar, sem ela. O corpo dela se amoldava tão bem ao dele, quando dançavam. Ele gos­tava quando ela passava óleo nas suas costas. Ela gosta­va quando, depois de muito tempo calada, ele pegava no seu queixo perguntando ― o que foi, guria? Ele gos­tava quando ela dizia sabe, nunca tive um papo com outro cara assim que nem tenho com você. Ela gostava quando ele dizia gozado, você parece uma pessoa que eu conheço há muito tempo. E de quando ele falava calma, você tá tensa, vem cá, e a abraçava e a fazia dei­tar a cabeça no ombro dele para olhar longe, no hori­zonte do mar, até que tudo passasse, e tudo passava assim desse jeito. Ele gostava tanto quando ela passava as mãos nos cabelos da nuca dele, aqueles meio crespos, e dizia bobo, você não passa de um menino bobo.
Caio F.

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