quarta-feira, 27 de junho de 2012
Por mais que você se desgaste,
as forças se renovam, os sentimentos se renovam e tudo acaba tomando algum eixo e te dando algum tempo de paz. Nem a tristeza e muito menos a alegria são eternas. Mas isso já deve estar bem batido. Eu mesma venho escutando isso repetidamente há bastante tempo. Mas será que escutei e absorvi o que devia? Porque por mais conselhos bons que se recebam, as pessoas teimam em testar e testar muitas vezes mais. Ingrid Gonçalves.
É aquela história:
eu tenho paranóia de não dizer para uma pessoa o que eu sinto por ela, e essa pessoa, por algum motivo, sair da minha vida. Então eu sempre falo. Quando eu gosto da pessoa, eu chego e falo assim: ‘Olha, eu gosto de você pra caramba’. Mas é muito difícil você falar isso. Às vezes, é muito difícil.
Renato Russo.
Não sei se a vida é curta ou longa para nós,
mas sei que nada do que vivemos tem sentido, se não tocarmos o coração das pessoas. Muitas vezes basta ser: colo que acolhe, braço que envolve, palavra que conforta, silencio que respeita, alegria que contagia, lágrima que corre, olhar que acaricia, desejo que sacia, amor que promove. E isso não é coisa de outro mundo, é o que dá sentido à vida. É o que faz com que ela não seja nem curta, nem longa demais, mas que seja intensa, verdadeira, pura enquanto durar. Feliz aquele que transfere o que sabe e aprende o que ensina.
Cora Coralina.
terça-feira, 26 de junho de 2012
O problema da falta
é que se mantida em banho maria assim por muito tempo ela acaba sumindo. Tu fica fazendo charme pra ver se ela sente tua falta e ela até sente, demais. Só vê se não demora muito tempo, uma hora ela acostuma.
Jéssica Barreto.
Pegar sete caras. Pegar nove “mina”.
A gente está falando de quê, de catadores de lixo? Pegar, pega-se uma caneta, um táxi, uma gripe. Não pessoas.
Martha Medeiros.
Pessoas, como cidades, devem dar vontade de visitar,
devem satisfazer nossa necessidade de viver momentos sublimes, devem ser calorosas, ser generosas e abrir suas portas, devem nos fazer querer voltar.
Martha Medeiros
domingo, 24 de junho de 2012
Tá vendo a felicidade ali na frente?
Não, você não tá vendo, porque tem uma montanha de dor na frente. Continue andando. Você vai subir, vai sentir frio lá em cima, cansaço. Vai querer desistir, mas não vai desistir, porque você é forte e porque depois do topo a montanha começa a diminuir e o unico jeito de deixá-la pra trás é continuar andando. Você vai ser feliz. Tá vendo essa dor que agora samba no seu peito de salto de agulha? Você ainda vai olhá-la no fundo dos olhos e rir da cara dela. Juro que tô falando a verdade. Eu não minto. Vai passar.
-Caio Fernando Abreu.
Ele não sabe mais nada sobre mim.
Não sabe que o aperto no meu peito diminuiu, que meu cabelo cresceu, que os meus olhos estão menos melancólicos, mas que tenho estado quieta, calada, concentrada numa vida prática e sem aquela necessidade toda de ser amada. Ele não sabe quantos livros puder ler em algumas semanas. Não sabe quais são meus novos assuntos nem os filmes favoritos. Ele não sabe que a cada dia eu penso menos nele, mas que conservo alguma curiosidade em saber se o seu coração está mais tranquilo, se seu cabelo mudou, se o seu olhar continua inquieto. Ele nem imagina quanta coisa pude planejar durante esses dias todos e como me isolei pra tentar organizar todos os meus projetos. Ele não sabe quantos amigos desapareceram desde que me desvencilhei da minha vida social intensa. Que tenho sentido mais sono e ainda assim, dormido pouco. Que tenho escrito mais no meu caderno de sonhos. Que aqui faz tanto frio, ele não sabe por mim. Ele não sabe que eu nunca mais me atentei pra saudade. Que simplesmente deixei de pensar em tudo que me parecia instável. Que aprendi a não sobrecarregar meu coração, este órgão tão nobre. Ele não sabe que eu entendi que se eu resolver a minha dor, ainda assim, poderei criar através da dor alheia sem precisar sofrer junto pra conceber um poema de cura. Hoje foi um dia em que percebi quanta coisa em mim mudou e ele não sabe sobre nada disso. Ele não sabe que tenho estado tão só sem a devastadora sensação de me sentir sozinha. Ele não sabe que desde que não compartilhamos mais nada sobre nós, eu tive que me tornar minha melhor companhia: Ele nem imagina que foi ele quem me ensinou esta alegria.
-Marla de Queiroz
sexta-feira, 22 de junho de 2012
Eu adoro esta parte.
A luz vai apagando devagarzinho. O mundo lá fora vai se apagando devagarzinho. Os olhos da gente vão se abrindo. Daqui a pouco a gente não vai nem mais lembrar que está aqui.
- Que tipo de história vai ser?
- Comédia romântica com aventura. Tem um mocinho namorador… que nunca se apaixonou por ninguém até conhecer a mocinha. Tem uma mocinha que vai sofrer bem muito… porque o amor do mocinho é cheio de problemas. Tem um bandido que só quer saber de matar o mocinho… ou de ficar com a mocinha ou as duas coisas. Tem uma mulher que também quer o mocinho… mas ele não quer nada com ela. E tem também mais uma ruma de personagens… que vão ficar fazendo graça para animar a história. Uns vão terminar quase tão bem quanto o mocinho e a mocinha… e outros quase tão mal quanto o bandido… conforme eles ajudem ou atrapalhem o romance.
- Você já viu?
- Não, mas é sempre assim.
- Qual é a graça?
- A graça não é saber o que acontece. É saber como acontece. E quando acontece. A gente vai conhecer um monte de pessoas novas… um monte de problemas que a gente não pode resolver, que só eles podem. Vamos ver como. E quando. Está começando!-
Lisbela e o prisioneiro.
Seu riso era solto e desenfreado e, quando ela sorria,
Até abraçar desaprendemos.
Ninguém mais abraça com vontade. Com sinceridade de velório. Odeio abraço falso, como aquele beijo de frígida, no qual a face bate na face e os lábios se transformam em beiço. Abraço tem que ter pegada, jeito, curva. Aperto suave, que pode virar colo. Alento tenso, que pode virar despedida. É pelo abraço que testo o caráter do outro. Não confio em quem logo dá tapinhas nas costas. A rapidez dos toques indica a maldade da criatura. Não sou porta para bater. Nem madeira para espantar azar. Abraço com toquinho é hipócrita. É abraço de Judas. De traidor. O sujeito mal encosta a pele e quer se afastar. Pede espaço porque não suporta os pecados dos pensamentos.Devemos fechar os olhos no abraço, respirar a roupa do abraçado, descobrir o perfume e a demora no banho. Abraço não pode ser rápido senão é empurrão. Requer cruzamento dos braços e uma demora do rosto no linho. Abraço é para atravessar o nosso corpo. Ir para a margem oposta. Nadar para ilha e subir ao topo da pedra pela gratidão de sopro. Sou adepto a inventar abraços. Criar abraços. Inaugurar abraços. Realizar um dicionário de abraços. Um idioma de abraços. O meu é o de cadeira de balanço. Giro nas pontas dos pés. Não largo, os primeiros minutos são para sufocar, os demais servem para o enlaçado se recuperar do susto. Não entendo onde terminará o abraço. Se a pessoa vai chorar ou vai rir. Abraço é confissão. Dez minutinhos de sol e de liberdade.
Fabrício Carpinejar.
O inferno está lotado ainda, você sempre pensa que você está sozinho.
E você nunca pode dizer a ninguém que você está no inferno ou eles vão pensar que você está louco. Mas ser louco é estar no inferno e ser sensato também. Aqueles que escapam do inferno nunca falam sobre isso e nada mais os incomoda depois disso. Quero dizer, coisas como falta de uma refeição, ir para a cadeia, bater seu carro ou mesmo morrer. Quando você perguntar-lhes, ‘como as coisas estão indo?’ eles vão responder: ‘bem, muito bem …’ Uma vez que você foi para o inferno e voltou é o bastante, é a mais silenciosa celebração conhecida. Uma vez que você foi para o inferno e voltou, você não olha para trás quando o chão range. O sol está no alto à meia-noite. E coisas como os olhos de ratos ou um velho pneu em um terreno baldio pode torná-lo feliz. Uma vez que você foi para o inferno e voltou. -Charles Bukowski
segunda-feira, 18 de junho de 2012
A gente teima em não dar o braço a torcer,
tenta virar a mesa, implora pra não sofrer. Não adianta, a culpa atormenta o peito, sacode as janelas, invade a sala, o quarto, os buracos e frestas. A gente se contorce por dentro, tenta acalmar o pensamento, vira para lá e para cá, tenta achar o que já foi perdido faz tempo.
— Clarissa Corrêa
Andei pensando no quanto somos frágeis.
quinta-feira, 14 de junho de 2012
Ele gosta dela. Não tem mais como fugir.
Ô minha filha, as suas dores não são as maiores do mundo e nem vão ser.
domingo, 10 de junho de 2012
sexta-feira, 8 de junho de 2012
Mas o melhor do abraço não é a ideia dos braços facilitarem o encontro dos corpos.
O melhor do abraço é a sutileza dele. A mística dele. A poesia. O segredo de literalmente aproximar um coração do outro para conversarem no silêncio que dá descanso à palavra. O silêncio onde tudo é dito sem que nenhuma letra precise se juntar à outra. O melhor do abraço é o charme de fazer com que a eternidade caiba em segundos. A mágica de possibilitar que duas pessoas visitem o céu no mesmo instante.
Ana Jácomo
segunda-feira, 4 de junho de 2012
Sim, ele era encrenca, das boas.
Assinar:
Postagens (Atom)